Será que é preciso aumentar a frequência nas estações mais quentes?
Com o calor, é comum vermos os pets mais ofegantes e não é raro os tutores quererem dar mais banhos ou capricharem na tosa durante a estação. Mas será que essas medidas também são efetivas para os cães?
Conversamos com Andrea Simões, coordenadora técnica da Petz Estética, que esclareceu o que é mito e o que é verdade em relação ao banho e à tosa no calor. Confira!
1) É preciso dar mais banhos no verão?
Mito! Conforme explica a especialista, a função do banho não é refrescar o cachorro (muito menos o gato), mas hiienizá-lo, reduzindo a incidência de nós que impossibilitam a limpeza da pele do pet e a obstrução dos folículos. Assim, os banhos regulares são importantes para evitar desequilíbrios que podem levar à proliferação de micro-organismos que, por sua vez, podem desencadear problemas de pele.
Mais determinante que a temperatura para a frequência ideal dos banhos, é o estilo de vida e o tipo de pelagem de cada pet. Em geral, pets mais ativos e que frequentam bastante ambientes externos, como quintais, podem precisar de mais banhos que aqueles que vivem em ambiente interno e só saem para passear na calçada uma ou duas vezes ao dia. Justamente por causa da maior propensão à formação de nós, cães de pelos longos também costumam se beneficiar de banhos uma vez por semana.
"O BANHO COM FREQUÊNCIA EXCESSIVA PODE RETIRAR EM DEMASIA A GORDURA DA PELE, QUE SERVE COMO PROTEÇÃO"
Quanto ao intervalo mínimo entre um banho e outro, a especialista diz não ser recomendado dar mais de um banho no pet por semana, "Em casos de necessidade específica, é preciso uma avaliação veterinária para definir qual é a melhor frequência e até o uso de produtos terapêuticos", diz Andrea. "O banho com frequência excessiva pode retirar em demasia a gordura da pele, que também serve como proteção, deixando-a ressecada, o que pode gerar descamação e coceira", alerta a especialista.
2) É melhor banho de água fria?
Mito! Assim como para nós, banhos gelados podem ser desconfortáveis para os para os cachorros até quando faz muito calor. Por isso, a especialista recomenda manter a água em temperatura ambiente mesmo em dias muito quentes.
Porém não há nenhuma restrição em relação a atividades recreativas com água fria, como brincadeiras com mangueira no quintal ou mergulhos na piscina, desde que o pet seja supervisionado e que a água esteja com a quantidade regulada de cloro. Nesses casos, é imprescindível dar banho no cachorro com água doce após a atividade e secar bem os pelos do pet para remover toda a umidade.
3) Pode secar naturalmente?
Mito! Seja após atividades recreativas com água, seja após o banho, é imprescindível fazer a secagem completa da pelagem. Vale ressaltar que os pelos precisam ser escovados, e a pele bem seca para evitar a formação de nós na pelagem e o desenvolvimento de problemas dermatológicos.
4) Tosa alivia o calor?
Meia verdade. Assim como o banho, a tosa também não tem a função de aliviar o calor. A escolha por fazê-la ou não deve ser fundada no estilo de vida do pet: para cães muito agitados, recomendamos que se mantenha a pelagem média, pois isso facilita a escovação diária e deixa o pet mais livre para fazer suas atividades.
Já a tosa muito curta pode trazer diversos problemas para o pet, pois elimina a proteção térmica oferecida pela pelagem, além de deixar a pele mais vulnerável a raios solares e sujidades que podem desencadear alergias e dermatites.
"A TOSA MUITO CURTA ELIMINA A PROTEÇÃO TÉRMICA OFERECIDA PELA PELAGEM E DEIXA A PELE MAIS VULNERÁVEL A RAIOS SOLARES E SUJIDADES"
É importante destacar que o mecanismo de regulação de temperatura corporal de cães e gatos é muito diferente do nosso. Eles não contam com glândulas sudoríparas que ajudam a reduzir a temperatura por meio do suor. Conforme explica a especialista, eles fazem a troca de calor principalmente a partir da respiração, do focinho e dos coxins (almofadinhas das patas). Por esse motivo, apostar na tosa higiênica, que remove o excesso de pelos na área dos coxins, é mais eficiente, pois facilita a troca de calor com o ambiente. Nesse sentido, tapetes gelados também são uma ótima pedida.
Fonte: Material reproduzido da revista Petz (Ano 8, Março/Abril 2022)