Não é de hoje que os dermatologistas vêm alertando a população a evitar a exposição da pele ao sol, já que a radiação ultravioleta é considerada a principal causa de câncer de pele, além de agravar o envelhecimento cutâneo, as rugas e manchas.
Apesar das inúmeras recomendações sobre cuidados com a pele, o desejo de conseguir uma pele bronzeada, principalmente no verão, faz com que as pessoas acabem se expondo ao sol sem protetor solar. Mas, engana-se quem pensa que o protetor solar bloqueia o sol e impede que a pele fique bronzeada. Deixar o protetor de lado só faz com que a pele fique vermelha e descasque, levando embora aquele tão sonhado bronze.
Está mais do que provado que o protetor solar garante uma pele mais bonita e saudável por mais tempo, além é claro, de prevenir o câncer de pele. Hoje em dia, podemos encontrar inúmeras opções de protetores solares no mercado, por tanto, é muito importante descobrir qual é o protetor solar mais adequado para suas necessidades e seu tipo de pele.
- Fator de Proteção Solar
O Fator de Proteção Solar (FPS) representa a capacidade de um protetor solar retardar o eritema de pele (vermelhidão) causado pelo sol. O FPS é definido tecnicamente como o nível de exposição solar necessário para produzir a dose mínima de eritema dividido pela quantidade de energia necessária para produzir o mesmo eritema na pele não-protegida. Na teoria, um indivíduo que aplica um protetor solar FPS-10 em partes não-cobertas pode permanecer no sol por um período 10 vezes maior sem apresentar uma reação de eritema visível.
Para um adulto, a quantidade de protetor solar indicada em todo o corpo é de aproximadamente 30 ml. O problema é que a maioria das pessoas não aplica o protetor solar com esse grau de espessura. De fato, um estudo recente demonstrou que a maioria dos usuários obtém um nível de proteção de apenas 20% a 50% do total esperado no rótulo do produto, pois não aplicam o protetor solar com a espessura recomendada. Por exemplo, a aplicação de um protetor solar FPS 15 em uma espessura comumente utilizada no rosto produz uma proteção apenas cinco vezes maior que o não uso do produto. Por esse motivo, é comum que os dermatologistas indiquem um protetor com FPS mais alto que o paciente possa tolerar para que essa discrepância seja compensada.
- Uso contínuo
Protetores solares devem ser aplicados apropriadamente, regularmente e em quantidades adequadas para serem eficientes. Os protetores devem ser utilizados mesmo quando não há exposição ao sol, pois os raios UVA também são transmitidos para dentro de ambientes fechados através dos vidros.
Não existem motivos para que não se utilize o protetor solar, seu uso contínuo não demonstrou nenhum efeito prejudicial sobre o metabolismo da vitamina D, e até o momento não existem evidências de que esses produtos sejam carcinogênicos.
- Efeitos Adversos
Os efeitos adversos induzidos pelos protetores solares químicos não incluem problemas sistêmicos, mas incluem manifestações cutâneas, como dermatite de contato, reações irritantes e alérgicas, reações fototóxicas e fotoalérgicas. PABA, benzofenonas, cinamatos e metoxidibenzolmetano são os ingredientes mais comuns em protetores solares químicos implicados como agentes causadores de dermatite alérgica de contato. Não existem registros de alergia de contato relacionada a protetores solares físicos contendo TiO2 e ZnO, portanto, eles são adequados para pacientes com histórico de hipersensibilidade a protetores solares.
Vale lembrar que aditivos em preparações de proteção solar, como fragrâncias e conservantes, também apresentam a possibilidade de causar reações alérgicas a pacientes suscetíveis.
- Fique atento aos rótulos
As datas de validade não são obrigatórias nos rótulos dos protetores, porém, os pacientes devem ser orientados a jogar fora os protetores solares com mais de três anos de uso, já que a estabilidade do produto é incerta.
Os rótulos atualmente apresentam novas sugestões para o período de tempo que um indivíduo deve esperar antes de se expor ao sol após aplicação do produto. Cada fabricante irá determinar esse período tendo como base as formulações e os ingredientes.
O termo “bloqueador solar” não é mais permitido nos rótulos dos protetores solares, pois sugerem que o produto ofereça a proteção total da pele, o que pode levar alguns consumidores a aumentar a frequência e a duração da exposição ao sol. Vale ressaltar: nenhum protetor solar bloqueia completamente o sol.
Mas afinal, qual é o protetor solar mais indicado para cada tipo de pele?
Protetor solar em formato de loção e creme
Pessoas com pele normal e oleosa costumam preferir as loções, por apresentarem menor viscosidade, espalharem mais facilmente e serem menos oleosas. A pele mista também é adaptável a loção, porém, pessoas com pele seca preferem a versão em creme.
Esses produtos constituem os protetores solares ideais porque a maioria dos ingredientes ativos pode ser introduzido na fase lipídica de uma emulsão. Entretanto, produtos com FPS alto contêm mais óleo, por isso geram uma sensação mais gordurosa.
Óleo
Pode-se dizer que única vantagem dos óleos é que eles se espalham com mais facilidade, porém, se espalham em camadas finas, gerando menor proteção solar. Os consumidores tendem a não gostar dos óleos por causa da sensação gordurosa e suja na pele.
Gel
Pessoas que possuem pele oleosa tendem a preferir o gel. Para pessoas que estão se preparando para exercícios e precisam utilizar protetores solares, o gel à base de água é mais apropriado, pois o gel à base de álcool pode causar uma sensação de queimação e irritação.
Bastão
Ceras e petrolato são acrescentados para espessar as formulações dos protetores em formato de bastão. Os bastões são efetivos na proteção de áreas estreitas e proeminentes como lábios, orelhas, nariz e ao redor dos olhos. Para o uso durante atividades desportivas e atividades aquáticas, os bastões são superiores, por durarem mais tempo e não terem a tendência de derreter, o que pode causar irritação na área dos olhos.
Spray
Protetor solar em spray fornece proteção segura quando aplicado corretamente. O grande problema é que muitas pessoas não aplicam esse produto de forma que alcance todas as áreas do corpo. Por isso, o protetor solar em formato de spray tem a fama de não funcionar tão bem.
Muitos dermatologistas sugerem que é preciso aplicar o produto até que a região esteja molhada e, em seguida, espalhar suavemente na pele. Como qualquer outro protetor solar, é necessário aplicar alguns minutos antes da exposição ao sol e renovar a aplicação com frequência.
Protetores em Maquiagem
Os ingredientes que compõem os protetores solares, atualmente, são encontrados em muitas bases de maquiagens. A maioria das bases faciais proporciona certa proteção contra o sol resultante de ingredientes como o TiO2 e os pigmentos utilizados para colorir o produto.
O TiO2 é acrescentado para aumentar especificamente o FPS de alguns desses produtos, mas torna a base mais opaca. Ainda que esses produtos de maquiagem sejam utilizados, a melhor recomendação é a utilização de chapéus como auxilio para proteção da pele e cabelos.
É importante ter a consciência de que nenhum protetor solar pode proteger efetivamente todas as partes corpo. O habito de evitar o sol com o auxílio de roupas e chapéus também deve ser adquirido para diminuir a exposição aguda e cumulativa aos raios ultravioletas.